O Doente com Infeção
Objetivos
São objectivos do ensino da UC Doente com Infecção, no 4º ano do currículo do MIM, que o aluno consiga, ao terminar o semestre:
1. Identificar as manifestações da infecção e da sepsis (definições) L2
2. Estratificar a gravidade da sepsis: sepsis (disfunção de órgão) e choque séptico L2
3. Reconhecer e saber abordar diferentes disfunções de órgão e sistemas L2
4. Executar os diferentes passos para alcançar a estabilização hemodinâmica L2
5. Distinguir infecções adquiridas na comunidade e hospitalares L3
6. Conhecer os principais focos primários de infecção e sua abordagem L3
7. Documentar microbiologicamente a infecção e interpretar os resultados microbiológicos L3
8. Prescrever antibioterapia empírica e dirigida, de-escalação L2
Caracterização geral
Código
11187
Créditos
4
Professor responsável
Prof. Doutor Pedro Póvoa
Horas
Semanais - A disponibilizar brevemente
Totais - A disponibilizar brevemente
Idioma de ensino
Português
Pré-requisitos
Bibliografia
a. The ICU Book. Paul Marino. 4th Edition. Wolters Kluwer/Lippincott Williams & Wilkins, 2014
b. Surgical Intensive Care Medicine. John M. ODonnell and Flávio E. Nácul. 3rd edition. Springer. 2016
c. Manual do Curso de Evidência na Emergência. António Carneiro. 4ª Edição. Reanima, 2011
d. Manual do Curso de Sepsis e Infecção Grave para Médicos. António Carneiro. 1ª Edição. Reanima, 2011
e. Oxford Textbook of Critical Care. Andrew Webb, Derek Angus, Simon Finfer, Luciano Gattinoni, and Mervyn Singer, 2ª edição. 2016
Método de ensino
A UC decorre nos dois semestres com metade dos alunos em cada semestre.
Em cada semestre, isto é, em cada uma das 15 semanas lectivas, é leccionada uma aula teórico-prática (duração de 2 horas). As aulas teórico-práticas seguem a metodologia de Problem Solving Learning e serão leccionadas com o auxílio de meios audiovisuais. Os alunos sabem previamente qual a situação ou caso clínico que vai ser abordado, devendo fazer uma preparação prévia de cada tema. O caso clínico será lido e apresentado pelos próprios alunos. Ao longo da evolução do caso, o Docente interactua com os alunos colocando questões e problemas, servindo de moderador da discussão clínica entre os alunos, tendo como papel estimular a discussão e o raciocínio clínico. Em cada etapa do caso clínico será discutido o diagnóstico diferencial, as propostas de exames complementares de diagnóstico, incluindo solicitação de consultadoria de outras especialidades médicas/cirúrgicas, o plano terapêutico, o que é expectável em termos de evolução clínica, as complicações mais frequentes e o prognóstico. Pretende-se que haja o máximo de interação, com o intuito do aluno ser confrontado com a necessidade de tomar múltiplas decisões clínicas e terapêuticas ao longo da aula. Durante a discussão do caso clínico são introduzidos conteúdos leccionados em aulas anteriores de modo a enriquecer a discussão e aumentar a complexidade da situação.
Método de avaliação
A metodologia de avaliação é distribuída ao longo do semestre com exame final (realizado na plataforma MedQUIZZ).
Conteúdo
O Doente com Infecção Grave tem um risco de morte particularmente elevado. Acresce que nos últimos anos nenhuma evolução farmacológica contribuiu significativamente para melhorar o seu prognóstico. Logo, as oportunidades de melhoria na abordagem destes doentes consistem em fazer melhor com as ferramentas disponíveis. O objectivo desta UC é o de sistematizar a informação referente à melhor abordagem da Sépsis, proveniente dos grandes consensos relativos aos conceitos, às definições e às intervenções terapêuticas comprovadamente eficazes.
A mudança de paradigma na abordagem destes doentes começou com a criação da Surviving Sepsis Campaign (SSC) e o consenso gerado em torno desta importante iniciativa, reforçado pela publicação das recomendações SSC 2004, as quais foram sendo sucessivamente actualizadas (última publicação 2017 com um update em 2018). Estas recomendações, bem como as iniciativas do Institute of Healthcare Improvement (IHI), foram determinantes para mudar e estruturar a abordagem da sepsis bem como para sistematizar procedimentos. E neste momento, é reconhecido que a implementação destes procedimentos foi responsável por uma diminuição acentuada da mortalidade destes doentes.