Cânone Literário do Português

Objetivos

Os estudantes deverão ficar a conhecer a história do debate moderno sobre o cânone da Literatura Portuguesa, desde o início do séc. XIX até à atualidade, bem como algumas referências sobre debates similares noutras literaturas em Português.
Pretende­se que se tornem aptos a reconhecer a dimensão institucional e histórica da estabilização de um cânone nacional e que desenvolvam particular competência na análise crítica das polémicas suscitadas pela regular revisão imprescindível à própria constituição do cânone.

Caracterização geral

Código

722091123

Créditos

10

Professor responsável

A disponibilizar brevemente

Horas

Semanais - 3 letivas + 1 tutorial

Totais - A disponibilizar brevemente

Idioma de ensino

Português

Pré-requisitos

Não aplicável

Bibliografia

Braga, Teófilo, História da Literatura Portuguesa, INCM, 2005.
Garrett, Almeida, Romanceiro, Ulisseia, 1997.
Helder, Herberto, Edoi Lelia Doura ­ Antologia das Vozes Comunicantes da Poesia Moderna Portuguesa, Assírio & Alvim, 1985.
Herculano, Alexandre, Opúsculos, vol. V, Presença, 1985.
Lourenço, Eduardo, Tempo e Poesia, Gradiva, 2003.
Pessoa, Fernando, Crítica, Assírio & Alvim, 2000.
Redol, Alves, Glória, Caminho, 2004.
Redol, Alves, Gaibéus, Caminho, 2011.
Rosa, António Ramos, Poesia, Liberdade Livre, 1962.

Método de ensino

A aula inclui um período inicial de exposição, pelo professor, de uma lição sobre o tópico e os textos anunciados, seguido de um período de debate e esclarecimento com os estudantes.

Método de avaliação

A avaliação formal inclui uma breve exposição oral individual (valendo 30% da avaliação global) e um ensaio final (valendo 70% da avaliação global) sobre textos incluídos neste programa ou com ele estreitamente relacionados. O ensaio deverá ter dimensão adequada à publicação em revista especializada, submetendo­se às respetivas regras de elaboração académica.

Conteúdo

1. A instituição da modernidade: cânone, história e nação.
a) Alexandre Herculano e a instituição da literatura portuguesa;
b) Antero de Quental e a filosofia da história literária portuguesa;
c) Teófilo Braga e a história antropológica da literatura portuguesa;
d) De Fernando Pessoa a António Ramos Rosa: teoria e política da modernidade poética «portuguesa».
2. Canonizações do «povo».
a) Almeida Garrett e o campo filológico do Romanceiro;
b) Neo­realismo e etnografia: dois livros de Alves Redol («Glória» e «Gaibéus») e o problema da relação com a literatura;
3. Contra­cânones no séc. XX.
a) Subversão e reinstauração do cânone na prática e na teoria surrealista;
b) Cânones alternativos: o caso de Herberto Helder e das «vozes comunicantes da poesia moderna portuguesa»;
c) O modernismo enquanto problema de cânone