Questões de Ontologia

Objetivos

a). Elevado nível de compreensão do sentido e especificidade da Ontologia, da sua pertinência como saber em falta (zêtoumenê epistêmê) e da sua articulação com as restantes disciplinas filosóficas e científicas; b). elevado nível de conhecimento da multiplicidade de abordagens desenvolvidas no âmbito da Ontologia; c). elevado nível de conhecimento dos conceitos relevantes no âmbito da Ontologia; d). elevada capacidade de analisar, comparar, criticar e usar esses conceitos, bem como de interpretar e discutir de forma autónoma concepções ou teses no âmbito da Ontologia; e). conhecimento aprofundado de textos fundamentais, com domínio da tradição interpretativa, do estado actual da investigação e do universo de bibliografia pertinente; f). realização de trabalho supervisionado de investigação, que documente desenvolvimentos originais e corresponda a padrões de qualidade científica; g). aquisição de competências para a realização autónoma de investigação no âmbito da Ontologia.

Caracterização geral

Código

722031054

Créditos

10.0

Professor responsável

Mário Jorge Pereira de Almeida Carvalho

Horas

Semanais - 3

Totais - 280

Idioma de ensino

Português

Pré-requisitos

N/A

Bibliografia

“Wonder” – “thauma”, “ekplêxis”, “admiratio”, “stupor”, “amazement”, “astonishment” – has been considered in various contexts and from various perspectives. It is already present in early Greek thought (Homer, Hesiod, Pindar, Herodotus, Thucydides, etc.). From Plato and Aristotle, through Plotinus, to Cicero, Lucretius and Boethius, from Montaigne, through La Rochefoucauld, to Schopenhauer, from Hegel to Heidegger and Wittgenstein, it is a recurring theme in ontological and gnoseological thought. But it also plays a pivotal role in the history of the so-called “aesthetics of the sublime” – from Longinus to Boileau, Dennis, Addison, Shaftesbury, Burke, Hume, Kant, Schiller, Hegel, Coleridge, Schopenhauer, etc. Last but not least, literature (Gracián, Hebbel, Stevenson, Carroll, Proust, Valéry, Pessoa, Woolf, Ionesco, to name just a few) provides important insights and reflections on this topic.
A bibliography will be given in the first session.

Método de ensino

Unidade curricular de carácter teórico-prático.
Regime de Seminário.
Leitura, interpretação e comentário dos textos filosóficos pertinentes. Análise e discussão de questões de interpretação, bem como de teses e problemas em causa nos textos estudados.
As metodologias de ensino combinam a) uma análise exaustiva dos textos em causa (das suas diferentes partes, da respectiva conexão, do nexo com outros textos), b) a análise teórica de problemas filosóficos e c) a discussão de teses alternativas, objecções, contra-exemplos, etc.

Método de avaliação

A disponibilizar brevemente

Conteúdo

O labirinto do espanto (“thaumazein”) e as suas implicações ontológicas

O espanto é um fenómeno multifacetado e "esquivo". De Platão a Wittgenstein constitui um tema recorrente – especialmente na esfera gnosiológica e ontológica. Mas também desempenha um papel central na "estética do sublime". E há muitas reflexões a seu respeito na tradição literária.
Trata-se de explorar este complexo labirinto – quer o do próprio fenómeno, quer o da sua milenar discussão – e de tentar construir o puzzle destes "disjecta membra" ou encontrar um "fio de Ariadne para o respectivo labirinto.
As questões centrais são as seguintes: Qual é a natureza do espanto e quais as suas condições de possibilidade? Que espécies de espanto há? Como se relacionam entre si? Trata-se de algo unívoco ou de um “pollachôs legomenon”? Que alternativas consente o "thaumazein" e em que espectro completo de possibilidades se inscreve? Enfim, que papel desempenha o “thaumazein” – ou a sua ausência – na esfera da ontologia?