Culturas Musicais em Portugal
Objetivos
Esta disciplina pretende dar aos alunos um panorama geral da emergência do Fado a partir dos processos de mudança nas práticas musicais urbanas em Portugal na viragem para o século XIX, bem como do desenvolvimento ulterior do género até aos nossos dias. Propõe-se um modelo de periodização e caracterizam-se as sucessivas etapas do percurso histórico do Fado, procurando abordá-las a partir do respectivo contexto sócio-cultural e detectar em cada uma delas os seus processos de mudança estética e técnica interna em termos dos principais protagonistas, do repertório, das convenções poético-musicais e das práticas performativas.
Caracterização geral
Código
711021082
Créditos
6.0
Professor responsável
Rui Fernando Vieira Nery
Horas
Semanais - 4
Totais - 168
Idioma de ensino
Português
Pré-requisitos
Não tem
Bibliografia
Brito, J. P. (Ed.) (1994). Fado: Vozes e Sombras. Lisboa: Lisboa 94-Electa.
Castelo-Branco, S. (Ed.) (2010). Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX, 4 vols. Lisboa: Círculo de Leitores.
Nery, R. V. (2012). Para uma História do Fado. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 3ª ed.
Nery, R. V. (2012). Fado: Um Património Vivo. Lisboa: CTT.
Método de ensino
Os tópicos são apresentados pelo docente e discutidos na aula. As abordagens teóricas são complementadas pela análise das partituras mais antigas de Fado e pela audição comentada de exemplos gravados.
Método de avaliação
Os alunos apresentam uma recensão crítica comparando várias interpretações de melodias tradicionais de Fado(40%), e participam num teste final de recapitulação da matéria abordada (60%)
Conteúdo
1. Cançoneta, Modinha e Lundum no salão burguês luso-brasileiro do final do Antigo Regime.
2. O Fado dançado afro-brasileiro e a sua chegada a Lisboa.
3. O Fado nos circuitos boémios e marginais de Lisboa. O mito fundador da Severa.
4. Expansão social do Fado: Revista e Teatro Musical; edições para uso doméstico; emergência do Fado operário e republicano.
5. A transição para o século XX: renovação poética e musical; arranque da indústria discográfica; novos locais de apresentação profissional.
6. O Fado no Estado Novo: censura; carteira profissional; licenciamento de recintos performativos; rede das casas de Fado; debate ideológico e político sobre o género.
7. Os processos de internacionalização e a renovação poético-musical das décadas de 1960 e 70. O impacte do 25 de Abril de 1974. A crise do sector no Portugal democrático.
8. O ressurgimento das décadas de 1980 e 90: "Novo Fado" e entrada na World Music. A candidatura a Património Cultural Imaterial da Humanidade (UNESCO).