Doente crítico

Objetivos

A UC tem como objectivo principal permitir o contacto com a realidade do doente crítico, e a problemática da disfunção/falência múltipla de órgãos. A Medicina Intensiva define-se mais pela própria gravidade do doente do que pela doença de base.

A Medicina Intensiva é a vertente hospitalar da Medicina do Doente Crítico/Urgente que frequentemente se inicia em ambiente extra-hospitalar com a instituição de Suporte de Vida em vítimas de paragem respiratória, cardíaca ou trauma.

 

            A Medicina do Doente Emergente/Crítico caracteriza-se:

Ø  pela prontidão e oportunidade da resposta (quando o doente dela precisa);

Ø  pela proporcionalidade das intervenções (do que o doente precisa);

Ø  pela capacidade integradora e trabalho em equipa;

Ø  pela aptidão para inventariar e hierarquizar as prioridades de intervenção;

 

 

 

Ø  pela dimensão humana, em particular na relação com doentes limitados na sua capacidade de decisão, pela urgência das intervenções, e pela partilha da decisão entre doente/familiar e os profissionais.

 

A Medicina Intensiva e a criação das UCIs iniciam-se nos anos 50 após o grave surto de poliomielite em Copenhaga. Desde então, as UCIs são locais onde estão equipas com pessoal médico e de enfermagem diferenciadas, altamente especializadas na abordagem de doentes com disfunção/falência múltipla de órgãos, onde existe o equipamento de monitorização e de suporte de órgãos necessários a essa intervenção.

A evolução do conceito de hospital no sentido da sua transformação em hospital de doentes agudos, o envelhecimento da população, a complexidade da cirurgia em doentes cada vez mais graves, a transplantação, a imunossupressão, entre outros têm feito aumentar as necessidades de camas de cuidados intensivos. Por este motivo, as UCIs são um serviço nuclear no hospital de doentes agudos, tratando doentes do serviço de urgência/reanimação, do bloco operatório e das unidades de cuidados intermédios a das enfermarias.

Esta UC opcional pretende dar aos alunos o contacto com a realidade dos Cuidados Intensivos e com a prática da Medicina Intensiva.

 

Caracterização geral

Código

11133

Créditos

3

Professor responsável

Prof. Doutor Pedro Póvoa

Horas

Semanais - A disponibilizar brevemente

Totais - A disponibilizar brevemente

Idioma de ensino

Português

Pré-requisitos

 

Bibliografia

  • The ICU Book, 3ª edição, Paul Marino, Lippincott Williams and Wilkins
  • Critical Care Medicine: The Essentials, 4ª edição, John J. Marini e Arthur P. Wheeler, Lippincott Williams and Wilkins
  • Surgical Intensive Care Medicine, 2ª edição, John M. O'Donnell, Flávio E. Nácul, Springer
  • Referências de acesso livre on-line (a actualizar anualmente)

Método de ensino

As modalidades pedagógicas a utilizar na UC Doente Crítico são:

Aulas teórico-práticas – seminários e discussão de casos clínicos (problem solving)

Aulas práticas – clínicas decorrem nas UCIs afiliadas supervisionadas pelos respectivos colaboradores.

 

Método de avaliação

A avaliação tem 3 componentes:

1.      desempenho (0-7 valores)

2.      log-book (0-7 valores)

3.      avaliação (0-6 valores)

 

1. Desempenho – critérios

            Os alunos que faltem a mais de 1/3 do número dos dias, estarão automaticamente reprovados à disciplina. A avaliação do desempenho será feita pelo tutor e tem como objectivo classificar:

1.      assiduidade e pontualidade

2.      respeito pelo doente, família, proissionais

3.      capacidade de execução das tarefas atribuídas

4.      motivação e interesse pela valorização proissional

5.      integração no trabalho de equipa

 

 

2. Log-book

            O log-book pretende ser um livro de registo do que cada aluno observa, executa com supervisão e executa com autonomia. O aluno deve registar a sua progressão bem como identiicação de problemas ou diiculdades (F – fundamentais , C – complementares). 

1.      Manipulação de linha arterial e cateter venoso central - F

2.      Punção arterial e venosa - F

3.      Manipulação de monitores - C

4.      Manipulação de seringas e bombas infusoras - C

5.      Técnicas de assepsia - F

6.      Ver/ajudar colocação de cateter venoso central e linha arterial - F

7.      Ver/ajudar algaliação - F

8.      Ver/ajudar/realizar entubação traqueal - F

9.      Contacto com ventiladores - F

10.  Contacto com monitores de diálise - C

11.  Realizar aspiração de secreções - C

12.  Colaborar em posicionamentos de doentes - C

13.  Acompanhamento de doentes em transporte intra-hospitalar – C

14.  Registar outras actividades não contempladas

 

3. Avaliação

            Realização de prova escrita com a resolução de 2 de 3 casos clínicos propostos. Os tópicos orientadores da resposta são a identiicação da(s) disfunção(s) orgânica(s) mais importantes, dos diagnósticos (causas) mais prováveis, os exames complementares  prioritários, a abordagem terapêutica inicial, a justificação da admissão na UCI, e estimativa  do prognóstico.

 

Conteúdo

Nos Seminários são abordados os seguintes temas:

1ª semana 

Recepção dos alunos. História dos Cuidados Intensivos. A moderna UCI  

Princípios gerais de hemodinâmica (DO2 e VO2)

                        Monitorização hemodinâmica

                        Fluidoterapia e Vasopressores

 

2ª semana

                        Insuficiência respiratória aguda

                        Infecção, sepsis, sepsis grave e choque séptico e Falência Múltipla de Órgãos

                        Insuficiência renal aguda

 

            Casos Clínicos

            Apresentação e discussão interactiva de casos clínicos, com a metodologia de Problem Solving Learning, com os seguintes objectivos:

1.      abordagem inicial do doente crítico (ressuscitação e hierarquização de atitudes)

2.      monitorização hemodinâmica e suporte vasopressor

3.      selecção de exames complementares de diagnóstico

4.      regras de antibioterapia empírica

5.      suporte de órgão (ventilação mecânica e técnicas dialíticas)

6.      suporte nutricional       

 

Unidade de Cuidados Intensivos

Durante a estadia na UCI cada aluno fica ligado a um tutor, médico da respectiva UCI, escolhido pelo seu envolvimento com o doente crítico e capacidade pedagógica. A actividade de enfermaria tem como objectivo estreitar o contacto com o doente crítico e a sua abordagem inicial, tomar contacto com as técnicas específicas da Medicina Intensiva e se possível praticá-las.

O aluno participa nas diferentes actividades da UCI nomeadamente nas visitas diárias. Deverá saber realizar uma história e observação do doente crítico.

 

 

 

 

 

Os alunos serão também introduzidos a algumas perícias correntes em UCI  (médicas, de enfermagem e de cuidados gerais):

1.         monitores, rampas de gases e aspiradores

2.         manutenção da via aérea e aspiração de secreções

3.         colocação e manipulação de cateteres venosos centrais e linhas arteriais

4.         realização de colheitas de produtos biológicos (venopunções, gasometrias arteriais, produtos bacteriológicos,…)

5.         contacto com ventiladores, monitores de diálise, sistemas mecânicos de infusão

6.         cuidados de assepsia e prevenção da transmissão de infecção

7.         a “unidade” do doente (espaço, disposição, equipamentos,…)

8.         políticas de isolamento e de prevenção de infecção nosocomial

9.         sistemas informáticos de registo e prescrição

10.     point of care – intelligence technologies

11.     interface com outros serviços (bloco operatório, imagiologia, medicina de intervenção, outras especialidades …)

12.     transporte intrahospitalar de doente crítico

 

Cursos

Cursos onde a unidade curricular é leccionada: