Carraças, outros Ectoparasitas e doenças associadas no mundo global
Objetivos
No final desta unidade curricular os alunos devem ser capazes de:
1. Compreender o papel da Globalização e os riscos para as populações humanas causados pela mobilidade de pessoas, animais, artrópodes e agentes infecciosos;
2. Conhecer a importância dos ectoparasitas em crianças e adultos, e as principais manifestações cutâneo-mucosas das ectoparasitoses nos seres humanos;
3. Conhecer as falsas ectoparasitoses em humanos, ou síndroma de Ekbom;
4. Conhecer ectoparasitas de plantas com importância em Medicina humana;
5. Compreender o desenvolvimento de reações alérgicas à picada de artrópodes (hematófagos e não hematófagos);
6. Conhecer a atual importância da relação vetorial dos sifonápteros na epidemiologia da Peste;
7. Compreender o ciclo de transmissão dos arbovírus transmitidos por carraças, a manutenção na natureza e a transmissão a humanos;
8. Compreender, executar e interpretar resultados de técnicas laboratoriais para deteção de
Caracterização geral
Código
1290024
Créditos
2
Professor responsável
Maria Odete Afonso
Horas
Semanais - Se a UC for oferecida como opcional, o horário será disponibilizado no 2º semestre
Totais - 32
Idioma de ensino
Português
Pré-requisitos
Não se aplica
Bibliografia
• Billo BM et al., 2006. Diagnoses of Hymenoptera venom allergy. Allergy, 60 (11): 1339-1349. • Hinkle NC, 2010. Ekbom Syndrome. The challenge of “Invisible Bug”. Annu. Rev. Entomol. 55: 77-94. • Lane RP and Crosskey RW. 1993. Medical insects and arachnids. Chapman and Hall, London, UK, 723pp. • Leigheb G et al., 2005. Thysanoptera dermatitis. JEADV, 19: 722-724. • Chrdlea et al., 2016. Tick-borne encephalitis: What travelers should know when visiting an endemic country? Human vaccines and Immunotherapeutics, 12: 2694–2699. • Louro et al., 2005. Febre escaro-nodular: uma zoonose benigna? Medicina Interna, 13: 14-18. • Nelder et al., 2016. Human pathogens associated with the blacklegged tick Ixodes scapularis: a systematic review. Parasites and Vectors: 9-265. • Sousa et al., 2003. Sobre a realidade da febre escaro-nodular em Portugal. Acta Médica Portuguesa, 16: 429-436. • Billingsley P et al., 2006. Immune interactions between mosquitoes and their hosts. Parasite Immunology, 28: 143-153. • Peng Z and Simons FE, 2004. Mosquito allergy: immune mechanisms and recombinant salivary allergens. International archives of allergy and applied immunology, 133: 198-209. • Ribeiro JM et al., 2007. An annotated catalogue of salivary glands transcripts in the adult female mosquito Aedes aegypti. BMC Genomics. 2007 Jan 4;8:6. http://www.biomedcentral.com/1471-2164/8/. • Valenzuela JG, 2002. High-throughput approaches to study salivary proteins and genes from vectors of disease. Insect of Biochemistry and Molecular Biology, 32: 1199-1209. • Wikel S, 1996. Host immunity to ticks. Annu Ver Entomol, 41: 1-22. • Eisenhower C and Farrington EA, 2012. Advancements in the treatment of head lice in pediatrics. Journal of Pediatric Health Care, 26: 451-461. http://dx.doi.org/10.1016/j.pedhc. • Jacobson CC and Abel EA, 2012. Parasitic infestations. J Am Acad Dermatol, 56: 1026-1043. • Smith CH and Godman RD, 2012. An incurable itch. Head lice. Canadian Family Physician, 58: 839-841. • Veracx A and Raoult D, 2012. Biology and genetics of human head and body lice. Trends Parasitol, 28 (12): 563-571. • Lindgren E and Jaeson LGT, 2006. Lyme borreliosis in Europe: influences of climatic and climatic changes, epidemiology, ecology and adaptation measures. http.//www.euro.who.int/ data/assets/pdf file/0006/968819/E89522.pdf • Voordouw MJ, 2015. Co-feeding transmission in Lyme disease pathogens. Parasitol,142 (2): 290-302. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4313706/pdf/S0031182014001486a.pdf • Krupta M et al., 2007. Biological aspects of Lyme disease spirochetes: unique bacteria of the Borrelia burgdorgeri sensu lato species group. Biomed Pap Med Fac Univ Palacky Olomouc Czech Repub, 151 (2): 175-186. • Mannelli A et al., 2012. Ecology Borrelia burgdorgeri sensu lato in Europe: transmission dynamics in multi-host systems influence of molecular processes and effects of climatic change. FEMS Microbiol Rev, 36: 837-861. • Protocolo de Técnicas laboratoriais (serológicas e moleculares) fornecidos pelo Docente. • Nowakowski J et al., 2001. Laboratory Diagnostic Techniques for Patients with Early Lyme disease Associated with Erythema Migrans: A Comparison of Different Techniques. Clin Inf Dis, 33: 2023-2027. • The laboratory diagnosis of Lyme borreliosis: Guidelines from the Canadian Public Health Laboratory network. Can J Infct Dis Med Microbiol, 18 (2): 145-148. • CDC, Tick-borne Encephalitis (TBE). https://www.cdc.gov/vhf/tbe/diagnosis/index.html • ECDC Epidemiological situation of tick-borne encephalitis in the European Union and European Free Trade Association countries, 59pp. https://ecdc.europa.eu/sites/portal/files/media/en/publications/Publications/TBE-in-EU-EFTA.pdf • Lewis, R.E., 1993. Fleas (Siphonaptera). In Medical Insects and Arachnides. Lane, R.P. and Crosskey, R.W. Eds.: 529-575. • Ribeiro, H., 1974. Sifonápteros de Angola (Insecta, Siphonaptera) – Estudo sistemático e dados biológicos interessando à epidemiologia da peste. An. Inst. Hig. Med. Trop., 2 (1/4): 3-200. • WHO, Plague manual: epidemiology, distribution, surveillance and control. (WHO/CDS/CSR/EDC/99.2) (http://who.int/csr/resources/publications/plague/whocdscsredc992a.pdf?ua=1) • http://www.cdc.gov/plague/ • http://www.who.int/topics/plague/en/ • Tomassone et al., 2018. Neglected aspects of tick-borne rickettsioses. Parasites and Vectors 11: 263. • Portillo et al., 2015. Rickettsioses in Europe. Microbes Infect. 17(11-12): 834-8. • Parola P. et al., 2013. Update on tick-borne rickttsioses around the world: geographic approach. Clin Microbiol Rev, 26 (4): 657-702. • Silaghi et al., 2017. Guidelines for the Direct Detection of Anaplasma spp. in Diagnosis and Epidemiological Studies. Vector Borne Zoonotic Dis. 17(1): 12-22. • Sousa R et al., 2006. Rickettsia sibirica isolation from a patient and detection in ticks, Portugal. Emerg Infect Dis, 12 (7): 1103-1108. • Domingos A et al., 2013. Approaches towards tick and tick-borne diseases control. Rev Soc Bras Med Trop, 46 (3): 265-269. • De la Fuente J and Merino O, 2013. Vaccinomics, the new road to tick vaccines. Vaccine, 50: 5923-5929. • Antunes S et al., 2012. Functional genomics studies of Rhipicephalus (Boophilus) annulatus ticks in response to infection with the cattle protozoan parasite, Babesia bigemina. Int J Parasitol 42 (2): 187-195. • Kocan KM al., 2011. RNA interference in ticks. J Vos Exp doi:10.3791/2474.
Método de ensino
Aulas teóricas , teórico-práticas e aulas práticas-laboratoriais.
Método de avaliação
• O desempenho individual dos Alunos, no Seminário (70%), consistirá na apresentação (PowerPoint) e discussão de artigos científicos relacionados com a matéria lecionada, e previamente sorteados na primeira aula da UC. Serão distribuídas, aos Docentes, grelhas, com iguais parâmetros, para avaliação de cada Aluno (0 a 20 valores). Estas avaliações serão entregues, por cada Docente, à Coordenadora da UC no final do Seminário. • A avaliação contínua dos Alunos, baseada na participação das aulas teóricas (10%), teórico-práticas e aulas práticas-laboratoriais (20%); • Qualquer dos elementos será sujeito a uma classificação entre 0 e 20 valores. A classificação final será obtida a partir da fórmula: (Classificação no Seminário) x 0,70 + (Classificação na participação das aulas práticas e laboratoriais) x 0, 20 + (Classificação na participação das aulas teóricas) x 0,10 • A obtenção de uma classificação final mínima de 10 valores. • O exame de 2ª época, para alunos que reprovem ou faltem na 1ª época (Seminário e/ou aulas práticas e laboratoriais e/ou aulas teóricas) ou que requeiram melhoria de nota, será efetuado por intermédio de exame teórico compostos por 20 questões de escolha múltipla e uma questão de desenvolvimento médio (máximo uma página). Este exame não terá consulta. • A Avaliação da UC, e do respetivo Corpo Docente, será efetuada através do sistema de avaliação da qualidade do ensino em vigor no IHMT (questionário anónimo de satisfação dos Alunos).
Conteúdo
Os conteúdos desta UC estão organizados em quatro grandes grupos, nomeadamente: 1) A inter-relação Globalização/ectoparasitoses nos seres humanos/medidas de prevenção e controlo; 2) A importância das carraças como vetoras de agentes patogénicos e sua relação com a pele; 3) A identificação morfológica de espécies vetoras; 4) As técnicas laboratoriais de diagnóstico de agentes patogénicos transmitidos por carraças aos seres humanos. Assim, há a considerar: I. A Globalização, os diferentes ectoparasitas e os seres humanos; II. As manifestações cutâneo-mucosas das ectoparasitoses humanas; III. A importância das falsas ectoparasitoses; IV. As reações imunes à saliva de artrópodes; V. Os sifonápteros e a sua importância na atual epidemiologia da Peste; VI. A clínica das doenças transmitidas por carraças e a identificação de espécies vetoras; VII. As carraças como vetoras de espiroquetas e de arbovírus; VIII. O diagnóstico, a epidemiologia molecular e as técnicas laboratoriais referentes às Rickttsioses; IX. As técnicas de referência e moleculares para diagnóstico da Doença de Lyme; X. Os métodos de controlo de carraças e a análise funcional do desenvolvimento de vacinas.