Genética da fármaco-resistência em parasitologia

Objetivos

Através da interação com os investigadores do IHMT, convidados externos à instituição e pesquisa autónoma, no final da unidade curricular de Genética da Fármaco-resistência em Parasitologia (GFP), os alunos deverão:
1. Reconhecer diferentes áreas de interesse no estudo da genética da resistência a antiparasitários e a sua atualidade.
2. Conhecer noções de genética da resistência a antiparasitários, adaptação fenotípica ao ambiente e os desafios na definição de resistência.
3. Definir os principais mecanismos de resistência esua base molecular no contexto da parasitologia médica.
4. Compreender, analisar e avaliar a aplicabilidade de algumas metodologias e ferramentas para a identificação de marcadores genéticos de resistência e sua aplicabilidade na monitorização, epidemiologia e controlo de parasitoses com impacto na saúde humana.

Caracterização geral

Código

129032

Créditos

2

Professor responsável

Fátima Nogueira

Horas

Semanais - Se a UC for oferecida como opcional, o horário será disponibilizado no 2º semestre

Totais - 31

Idioma de ensino

Inglês e Português

Pré-requisitos

A frequência de 2/3 das aulas é obrigatória

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Método de ensino

O ensino desta UC é baseado no método expositivo, traduzido em aulas teóricas; no método demonstrativo, aplicado em uma aula prática de laboratório; nos métodos ativos e interrogativos aplicados em aulas teórico-práticas e numa aula de seminário. Haverá ainda sessões de orientação tutorial de apoio ao estudo autónomo e preparação do seminário.

Método de avaliação

A avaliação dos alunos será efetuada com base no desempenho dos alunos mediante uma prova escrita de tipo escolha múltipla com 30 perguntas (0,5 valores cada). A aprovação na UC implica: i) o cumprimento de uma assiduidade mínima de 75% das aulas previstas; A obtenção de uma classificação final mínima de 10 valores (máximo 20 valores).

Conteúdo

I. Introdução ao conceito de resistência a fármacos e à infeção parasitária. Noção de genómica de resistência. Noção de adaptação fenotípica ao ambiente, resistência a antiparasitários, transporte transmembranar de xenobióticos/fármacos em eucariotas.
II. Enzimas do sistema de resposta ao stress oxidativo e bombas de efluxo em resposta a fármacos, usando como exemplo o parasita da malária Plasmodium falciparum.
III. Mecanismos de resistência aos inseticidas. Definir os principais mecanismos de resistência e sua base molecular. Conceito de resistência vs tolerância. Tipos de resistência (fisiológica, comportamental).
IV. Monitorização da ocorrência de resistência a fármacos: exemplo Pneumocystis jiroveci.
V. Importância epidemiológica da resistência a fármacos atualmente em uso na terapêutica das leishmanioses.
VI. Resistência a antihelminticos. Dificuldades na definição de resistência. Genómica da resistência em nemátodos, tremátodos e céstodos. Consequências individuais e para a comunidade. Biomphalaria spp e Schistosoma mansoni: Resistentes ou susceptíveis. A especificidade do hospedeiro e a infeção.
VII. Conceitos básicos das ferramentas - metabolómica, proteómica e transcriptómica.
VIII. Ferramentas pós-genómicas para estudo de resistências a fármacos: Desenho Experimental; Bioinformática; Exemplos de aplicações.

Cursos

Cursos onde a unidade curricular é leccionada: