História Contemporânea (Séculos XVIII-XIX)
Objetivos
a) Adquirir uma visão crítica do século XIX alargado, entre 1789 e 1914, como época fulcral para a compreensão da contemporaneidade.
b) Analisar no longo século XIX os principais traços de modernidade, mas também de persistência da tradição, ao nível político, económico e social, essencialmente no contexto europeu.
c) Compreender a História da Europa numa perspectiva comparada em relação a outras regiões do mundo.
d) Conhecer as diferentes perspectivas historiográficas relativas ao período e aos temas estudados.
e) Ser capaz de pesquisar, seleccionar e trabalhar fontes documentais e textos historiográficos sobre o período e temas em estudo.
f) Ser capaz de elaborar trabalhos de síntese e realizar exposições orais sobre qualquer uma das matérias leccionadas.
g) Adquirir conhecimentos que habilitem a um prosseguimento aprofundado de estudos sobre a época contemporânea.
Caracterização geral
Código
01100863
Créditos
6.0
Professor responsável
Daniel Ribeiro Alves
Horas
Semanais - 4
Totais - 168
Idioma de ensino
Português
Pré-requisitos
Não aplicável
Bibliografia
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Wesseling, Henri L. The European Colonial Empires: 1815-1919. London: Longman, 2004.
* Leitura mínima recomendada aos alunos
Método de ensino
A componente teórica das aulas será expositiva, mas com intervenção dos alunos para esclarecimento de dúvidas, comentários ou debate. A componente prática será dedicada à apresentação, comentário e debate de textos historiográficos, fontes documentais, fontes iconográficas, filmes, músicas ou obras de arte sobre o século XIX. Todas as aulas têm as duas componentes teórica/prática, sendo os alunos chamados a intervir no comentário de fontes, partindo daí a explanação dos conteúdos programáticos, o seu enquadramento e análise.
Espera-se que os alunos adquiram competências para realizarem um estudo autónomo e crítico em relação aos temas tratados na unidade curricular. Acredita-se que essas competências poderão ser desenvolvidas através de uma assimilação da bibliografia mais relevante, da leitura crítica das fontes escolhidas e do apuramento da capacidade analítica e argumentativa em debate nas aulas.
Método de avaliação
Os alunos serão avaliados através da participação na componente prática das aulas (15%), de um trabalho escrito de leitura e comentário de textos historiográficos sobre um tema específico a escolher (40%), realizado a pares, e de uma frequência escrita presencial (45%). A intervenção nas aulas é feita mediante apresentação e comentário de uma fonte (textual ou iconográfica) no âmbito dos conteúdos do programa, em calendário a definir com todos os alunos na primeira semana do semestre. A entrega do trabalho escrito (com extensão entre 3.000 e 3.500 palavras, excluindo notas de rodapé e bibliografia) é feita em formato Word no menu "Submissão de trabalhos" do Nonio e também em formato impresso directamente ao docente na aula, um mês antes do final do semestre. O teste escrito de frequência é realizado presencialmente, sem consulta de fontes ou bibliografia, na última aula do semestre.
As intervenções dos alunos nas aulas práticas, através de apresentações orais sobre as fontes previamente escolhidas, permitem que eles elaborem uma visão crítica sobre diferentes perspectivas abordadas no programa. Por sua vez, a elaboração do trabalho escrito, realizado com base em leituras críticas sobre várias temáticas do longo século XIX, permite que os alunos desenvolvam competências de pesquisa bibliográfica, de análise comparativa e de síntese. Por fim, o teste presencial é um incentivo ao desenvolvimento de leituras sobre os conteúdos da unidade curricular e à elaboração de sínteses que permitam verificar a aquisição dos conhecimentos básicos desenvolvidos no programa.
Conteúdo
- Introdução ao “longo século XIX” (1789-1914)
- Enquadramento cronológico e geográfico
- Temas e perspectivas sobre uma época de modernidade
- A Europa em sobressalto (1789-1815)
- Antecedentes da Revolução Francesa
- Revolução e guerra: o fim do “ancien régime”?
- A Revolução à conquista da Europa: o Império Napoleónico
- A Revolução Industrial: o pioneirismo inglês
- O retomar do equilíbrio europeu (1815-1848)?
- A sociedade burguesa saída da dupla revolução
- O Congresso de Viena e o “sistema” de Metternich
- As revoluções do Sul da Europa
- Excluídos e marginalizados na sociedade liberal
- Europa liberal vs. Europa conservadora
- As revoluções de 1848
- A Europa dos novos nacionalismos (1850-1871)
- O crescimento económico e demográfico da Europa
- As condições económicas e sociais do operariado
- A guerra da Crimeia e o afastamento da Rússia
- A unificação italiana e a crise da Áustria
- A unificação alemã e a derrota da França
- A Europa dominadora e dividida (1871-1914)
- A Europa de Bismarck
- A Revolução Industrial: outros protagonistas, novas conquistas
- A crise do liberalismo e a política de “massas”
- A pequena burguesia urbana no final do século XIX
- A nova política de alianças e a corrida aos impérios
- Rumo à Grande Guerra
- Herança(s) do século XIX
- Música e arte no longo século XIX
- Os “ismos” legados ao tempo presente
- Modernidade(s) vs. persistência(s)