Diagnóstico e Conservação de Metais
Objetivos
Avaliação do estado de preservação. Identificação e compreensão dos mecanismos de corrosão subjacentes. Fundamentos dos métodos de conservação preventiva e tratamentos utilizados em ligas metálicas. Exemplos para os materiais mais relevantes na área dos materiais culturais, nomeadamente, as ligas de prata e ouro, as ligas de cobre, de ferro e de estanho.
Caracterização geral
Código
2677
Créditos
6.0
Professor responsável
Elin Maria Soares de Figueiredo, Rui Jorge Cordeiro Silva
Horas
Semanais - 5
Totais - 86
Idioma de ensino
Português
Pré-requisitos
- Conhecimentos básicos sobre materiais metálicos e química inorgânica
Bibliografia
‘Notas para apoio à disciplina de Diagnóstico e Conservação de Metais’, textos elaborados por Rui Silva, 2004. ‘Introdução à Corrosão nos Materiais Metálicos’, textos elaborados por Rui Silva. ‘The elements of Archaelogical Conservation’ J. M. Cronyn, Ed. Routledge, 1990. ‘The Corrosion and Conservation of Metallic Antiquities and Works of Arts’, T. Stambolov, CL publication, 1985. ‘Atlas of Electrochemical Equilibria in Aqueous Solutions’ M. Pourbaix, NACE Int. Cebelcor, 1974. ‘Ancient and Historic Metals. Conservation and Scientific Research’ (Proceedings), ed. D. A. Scott, J. Podany, B. B. Considine, The Getty Conservation Institute, 1991. ‘Principles and Prevention of Corrosion’, Denny A. Jones, Prentice-Hall, 1996 Technical bulletins do CCI, CCI Notes, 9/1 a 9/7 Publicações diversas em Actas de encontros ou revistas científicas da especialidade.
Método de ensino
-
Semanalmente, a disciplina tem aulas teóricas, aulas teórico-práticas ou aulas laboratoriais.
-
Nas aulas teóricas a matéria é exposta em sala de aula, com a ajuda de transparências ou por PowerPoint quando necessário.
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Nas aulas de laboratório são realizados de laboratório relacionados com a matéria teórico-práctica. No âmbito das aulas práticas poderão ser realizadas visitas a museus e laboratórios de conservação.
Método de avaliação
i) Componentes de avaliação e respetivos pesos para a classificação final
- A UC é composta por duas componentes de avaliação: uma componente teórico-prática e uma componente prática. Cada uma destas componentes tem um peso de 50% na classificação final.
ii) Classificações mínimas de cada componente, se aplicável;
- Para aprovação à UC os alunos terão de conseguir uma avaliação positiva (> 9,5 em 20 valores) em cada uma das componentes.
iii) Elementos de avaliação em cada componente, indicação se serão realizados presencialmente ou à distância;
- A avaliação da componente teórico-prática é realizada por 1 teste escrito e a avaliação da componente prática pela participação individual nas aulas (20%), realização de trabalhos laboratoriais com apresentação final de relatórios (1 ou 2 por grupo) (60%) e apresentação oral final (20%). A componente teórica será avaliada presencialmente; a componente prática será avaliada presencialmente.
iv) Classificações mínimas dos elementos de avaliação, se aplicável;
- A aprovação à UC implica uma avaliação positiva (> 9,5 em 20 valores) em cada uma das componentes.
v) Fórmulas de cálculo da classificação final e os arredondamentos de cada parcela, incluindo o caso da avaliação em Exame;
- A classificação final (NF) na disciplina contabiliza a nota obtida na componente teórico-prática (NT), conseguida por teste ou exame, e a componente prática (NP), conforme a ponderação especificada acima. A fórmula de cálculo da classificação final é dada por:
NF = 0,5 NT + 0,5 NP,
calculada com entrada da nota em ambas as parcelas arredondada às décimas.
vi) Condições para a realização de defesa de nota, se aplicável;
vii) Condições para obtenção da Frequência, se aplicável;
- A obtenção da frequência à UC implica que não falte a mais de 1/3 das aulas práticas e obtenha uma avaliação positiva na componente prática.
viii) Validade da Frequência, quando superior a duas edições, se aplicável;
- A validade da frequência é conservada desde que não haja interrupção da inscrição do aluno no ciclo de estudos.
ix) Validade da classificação obtida em anos anteriores para cada uma das diferentes componentes que existirem, se aplicável;
- A validade das classificações em cada componente é conservada desde que não haja interrupção do aluno no ciclo de estudos.
x) Pré-inscrição nos elementos de avaliação, quando aplicável;
- Não está definida nesta UC uma obrigatoriedade de pré-inscrição a testes ou exames. O exame de recurso substitui a nota teórico-prática.
xi) Especificar os instrumentos de auxílio (e.g. máquinas de calcular) que podem ser utilizados durante a realização dos elementos de avaliação;
- Não são permitidos quaisquer instrumentos de auxílio em testes ou exames.
- Na realização de qualquer prova, é tido em consideração o disposto no nº3 do artigo 10º do Regulamento de Avaliação da FCT NOVA, “Quando for comprovada a existência de fraude ou plágio, em qualquer dos elementos de avaliação de uma UC, os estudantes diretamente envolvidos são liminarmente reprovados na UC (…).”.
Conteúdo
Introdução
- Introdução ao diagnóstico. Níveis de classificação do estado do material.
- Corrosão (revisão de conceitos). Corrosão atmosférica (caracterização de atmosferas em função da humidade relativa. Atmosferas poluídas e não poluídas). Particularidades da corrosão em objectos enterrados (tipo e composição dos solos: solos secos, não saturados e saturados) e da corrosão de objectos submersos em água do mar.
- Conservação. Conceitos sobre limpeza e estabilização, consolidação e reparação, protecção e armazenamento de objectos metálicos. Revestimentos (ceras e resinas), embalagens, produtos absorventes e inibidores voláteis (VCIs) utilizados na conservação de objectos metálicos.
Prata e ligas de prata
- Corrosão em condições aeróbias (atmosferas desumidificadas, atmosferas secas, atmosferas secas e poluídas contendo IGNOREes de enxofre, atmosferas húmidas, atmosferas molhadas ou meios aquosos, arejados), corrosão em meios aquosos contendo cloretos e em outros meios húmidos complexos (água do mar e solos), corrosão em condições anaeróbias e corrosão por bactérias redutoras de sulfatos (SRB’s). Aspectos do material degradado.
- Intervenção e conservação: lavagem dos objectos, remoção do tarnishing, e remoção de produtos de corrosão espessos. Protecção.
Cobre e ligas de cobre (bronzes e latões)
- Corrosão em condições aeróbias (atmosfera secas, atmosferas húmidas, molhadas ou meios aquosos não poluídos, atmosferas húmidas, molhadas ou meios aquosos mais realistas contendo IGNOREes de carbonatos, atmosferas poluídas ou meios aquosos contendo IGNOREes de sulfatos) e corrosão em condições anaeróbias (meios com sulfuretos e cloretos). A ‘doença dos bronzes’. Aspectos do material degradado.
- Conservação: remoção dos ‘verdetes’ nos objectos de cobre, conservação de objectos contaminados com cloretos. Protecção.
Ferro e ligas de ferro (aços e feros fundidos)
- Corrosão em condições aeróbias (atmosfera secas, atmosferas húmidas, molhadas ou meios aquosos ideais, atmosferas húmidas ou molhadas, mais realistas contendo CO2, atmosferas poluídas contendo SO2 ou soluções aquosas contendo sulfatos), atmosferas poluídas ou meios aquosos contendo cloretos e corrosão em condições anaeróbias (caso particular de meios com sulfuretos). Corrosão do ferro (particularidades da corrosão nos aços e nos ferros fundidos) e suas implicações. Aspectos do material degradado.
- Conservação de objectos contaminados com cloretos (limpeza mecânica, extracção por água, tratamentos químicos, ionoforese, redução electrolítica, redução química). Removedores de ferrugem. Protecção (uso de ceras, lacas, óleos e estabilizadores químicos).
Estanho e suas ligas (ligas com e sem Pb)
- Corrosão em atmosferas húmidas ou meios Aquosos não contaminados e corrosão em meios húmidos contendo Cloretos. A ‘Peste dos estanhos. Aspecto do material degradado
- Intervenção e conservação em ligas de estanho. ´
Outros metais e ligas
- Corrosão em ligas de ouro e ligas ricas em chumbo
Conteúdo das aulas práticas
- Observação e diagnóstico de objectos metálicos: prata, estanho, cobre e ferro. Visitas de estudos a museus e centros de conservação nacionais (Museu Nacional de Arte Antiga, Museu de S. Roque, Laboratórios de conservação do Museu Nacional de Arqueologia e do Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática)