Literatura Portuguesa Contemporânea
Objetivos
a) Familiarizar os alunos com algumas obras da literatura portuguesa do século XX;
b) Analisar como os textos seleccionados perturbam as compreensões mais convencionais do passeio, sobretudo no que diz respeito às palavras que gravitam no seu campo lexical: viagem, flânerie, deambulação, dissidência, marcha, peregrinação, vagabundagem;
c) Adquirir capacidade para propor novas leituras a partir das obras contempladas no programa.
Caracterização geral
Código
722091081
Créditos
10.0
Professor responsável
Golgona Luminita Anghel
Horas
Semanais - 3
Totais - 280
Idioma de ensino
Português
Pré-requisitos
N/A
Bibliografia
- Llansol, Maria Gabriela, Os pregos na erva (1962), Lisboa, Edições Rolim, 1987.
- Helder, Herberto, Photomaton & Vox (1979), Lisboa, Assírio & Alvim, 2006.
- Helder, Herberto, Os Passos em Volta (1963), Lisboa, Assírio & Alvim, 2015.
- Oliveira, Carlos de, Pequenos burgueses (1948), Lisboa, Assírio & Alvim, 2005.
- Castro, Manuel de, Bonsoir, Madame, Lisboa, Língua Morta, 2013.
- Costa, Maria Velho da, Desescrita, Porto, Afrontamento, 1973.
- Costa, Maria Velho da, Myra, Pinturas de Ilda David, Lisboa, Assírio & Alvim, 2008.
Método de ensino
Leitura de textos teóricos e textos literários, traçando a partir deles linhas de conceptualização que constroem teorias. Análise e discussão de teses, construção de problemas.
Método de avaliação
Avaliação Contínua - Elaboração de um trabalho escrito de 10 a 15 páginas, a partir dos problemas discutidos nas aulas(80%), Participação em aula(20%)
Conteúdo
O passeio parisiense descrito por Walter Benjamin é utilizado pelos dadaístas como forma artística que se inscreve no espaço real e no tempo real. O flâneur encarna esta arte da deambulação como gesto de decifração de uma paisagem enigmática onde o que importa não é o reconhecimento dos signos, mas o seu encontro inaugural. Interessa-nos estudar um aspecto colateral que a flânerie profetiza: a importância que a marcha adquire nalgumas obras literárias do século XX. Importa ver de que modo o passeio se tem tornado contíguo a uma forma de pensamento. Queremos perceber em que condições pensar e andar são uma e a mesma coisa. Procuramos isso: um pensamento que deambula, que segue o compasso de um movimento. Tópicos: 1. Manuel de Castro: "barcos sem bandeira", "um vazio cheio de coisas"; 2. Carlos de Oliveira: "escrever no chão, ler na poeira"; 3. Herberto Helder: "a caligrafia extrema do mundo"; 4. Maria Velho da Costa: regresso; 5. Maria Gabriela Llansol: "A Terra Fora do Sítio".