Questões de Ontologia

Objetivos

a) Elevado nível de compreensão do sentido e especificidade da Ontologia, da sua pertinência como saber em falta (zêtoumenê epistêmê) e da sua articulação com as restantes disciplinas filosóficas e científicas;
b) elevado nível de conhecimento da multiplicidade de abordagens desenvolvidas no âmbito da Ontologia;
c) elevado nível de conhecimento dos conceitos relevantes no âmbito da Ontologia;
d) elevada capacidade de analisar, comparar, criticar e usar esses conceitos, bem como de interpretar e discutir de forma autónoma concepções ou teses no âmbito da Ontologia;
e) conhecimento aprofundado de textos fundamentais, com domínio da tradição interpretativa, do estado actual da investigação e do universo de bibliografia pertinente;
f) realização de trabalho supervisionado de investigação, que documente desenvolvimentos originais e corresponda a padrões de qualidade científica; g) aquisição de competências para a realização autónoma de investigação no âmbito da Ontologia.

Caracterização geral

Código

722031054

Créditos

10.0

Professor responsável

Mário Jorge Pereira de Almeida Carvalho

Horas

Semanais - 3

Totais - 280

Idioma de ensino

Português

Pré-requisitos

N/A

Bibliografia

Kant, I. (1900-). Gesammelte Schriften, ed. Preußische Akademie der Wissenschaften.


Berlin: Reimer, reed. Berlin: de Gruyter.


Kant, I. (1968-1977). Kants Werke, Akademie-Textausgabe. Berlin: de Gruyter.


Kant, I. (1983). Werke, ed. W. Weischedel. Frankfurt a. M./Darmstadt: Insel-Suhrkamp


/Wissenschaftliche Buchgesellschaft,


Kant, I. (2017). Kant im Kontext III: Werke, Briefwechsel, Nachlass und Vorlesungen auf


CD-ROM. Komplettausgabe. Karsten Worm InfoSoftWare, (4. erw. Aufl).


Kant, I. (1993-). The Cambridge Edition of the Works of Immanuel Kant, ed. P. Gruyter, A.


W. Wood. Cambridge: Cambridge University Press.


Kant, I. (1980-1986). Œuvres philosophiques (Bibliothèque de la Pléiade). Paris: Gallimard.


 


 

Método de ensino

Unidade curricular de carácter teórico-prático.


Regime de Seminário.


Leitura, interpretação e comentário dos textos filosóficos pertinentes. Análise e discussão de questões de interpretação, bem como de teses e problemas em causa nos textos estudados.


As metodologias de ensino combinam 1) uma análise exaustiva dos textos em causa (das suas diferentes partes, da respectiva conexão, do nexo com outros textos), 2) a análise teórica de problemas filosóficos e 3) a discussão de teses alternativas, objecções, contraexemplos, etc.


 

Método de avaliação

Avaliação: Avaliação individual. Elaboração de um trabalho escrito de investigação, sobre tema combinado com o Docente, e discussão desse trabalho (3/4). Participação nas sessões do seminário – intervenções orais (1/4).


 

Conteúdo

Kant e a questão da metafísica.


Ao contrário do que comummente se supõe, Kant não compreende a metafísica apenas como um pretenso ramo de conhecimento filosófico (i.e., como metaphysica artificialis). Segundo ele, há também há aquilo a que chama metaphysica naturalis ou Metaphysik als Naturanlage: mesmo que não tenhamos consciência disso, a metafísica é uma componente estrutural – permanente e inevitável – do nosso modo-de-ser. De sorte que, como diz nos Prolegómenos, o fim da metafísica “é tão pouco de esperar quanto que nós, para não estarmos sempre a inspirar ar impuro, alguma vez preferíssemos deixar inteiramente de respirar.”


Mas então cabe perguntar: Que é a metafísica? Que é a metaphysica naturalis? Que é a metaphysica artificialis? Como se relacionam? Que bases tem Kant para afirmar que há qualquer coisa como uma inevitável metaphysica naturalis? E que é que acontece à metafísica (i. e., tanto à metaphysica artificialis quanto à metaphysica naturalis) na Crítica de Kant?