Temas de Antropologia Filosófica
Objetivos
a) conhecimento básico das correntes históricas e contemporâneas da antropologia filosófica;
b) análise aprofundada de temas específicos da antropologia filosófica;
c) análise das relações da antropologia filosófica com outros âmbitos da investigação em filosofia (ex: ética, ontologia, filosofia do conhecimento, etc.);
d) análise da relação entre antropologia filosófica e outros saberes que se ocupam da problemática do humano;
e) estudo de momentos e autores fundamentais da antropologia filosófica ao longo da história da filosofia.
Caracterização geral
Código
711031082
Créditos
6.0
Professor responsável
António Jorge de Castro Caeiro
Horas
Semanais - 4
Totais - 168
Idioma de ensino
Português
Pré-requisitos
A disponibilizar brevemente
Bibliografia
Aristóteles: W.D. Ross, Aristotle's metaphysics, 2 vols., Oxford: Clarendon Press, 1924 (repr. 1970 [of 1953 corr. edn.]): 1:980a21-1028a6; 2:1028a10-1093b29.
Retrieved from: http://stephanus.tlg.uci.edu/Iris/Cite?0086:025:0
(2004 )Ética a Nicómaco, trad. António Castro Caeiro. Lisboa, Quetzal.
Heidegger, Martin (1989) Sein und Zeit, Tübingen, Max Niemeyer (1ª ed. 1927).
Hipócrates, Prognóstico
É. Littré, Oeuvres complètes d’Hippocrate, vol. 2, Paris: Baillière, 1840 (repr. Amsterdam: Hakkert, 1961): 110-190.
“Hippocrates, Prognosticon A. Littre, Ed.” Hippocrates, Prognosticon, 1., www.perseus.tufts.edu/hopper/text?doc=Perseus%3Atext%3A1999.01.0250%3Atext%3DProg. Accessed 12 Feb. 2024.
Método de ensino
Expositivo. Os alunos são convidados a discutir os temas a partir dos textos lidos.
Método de avaliação
Cada aluno deve realizar uma prova escrita e um trabalho a discutir com o docente.
Conteúdo
Para uma reconstrução do humano como problema, fazemos a pergunta pelo sentido do seu ser com a analítica existencial temporal do ser o aí de Heidegger. Procuramos fazer a identificação com vários momentos do pensamento médico em que o próprio diagnóstico da situação humana está em causa. Estar vivo não é estar sempre doente. Mas os médicos procuram identificar a doença através dos seus sintomas para chegar à causa. O tratamento resulta num prognóstico e análise da curva clínica. Dá-se a convalescença, mantém-se a doença. No caso de ser mortal, declara-se o óbito. Qual é o diagnóstico do ser do humano? Faz sentido falar-se de um prognóstico? O problema da constituição do sentido põe-se quando o sentido se esvazia, fica inane. Com o pensamento de Heidegger, o elemento emocional, sobretudo com as disposisções fundamentais, e o tempo como condição crónica, não anulável, do ser em que o humano se distende, encontramos os elementos para se fazer um diagnóstico da nossa situação. A relação de cada um de nós com a natureza morta, os apetrechos, os outros que também existem com e sem nós, a nossa própria vida a cumprir-se ou a desfazer-se implica-nos numa atmosfera de totalidade, dinâmica, complexa na sua manifestação. Uma antropologia implica a compreensão da possibilidade da filosofia e da possibilidade da existência humana, na travessia difícil da ausência de sentido ou da resistência que encontramos para ser. A partir de Ser e Tempo faremos irradiações para o passado em que o pensamento encerrava futuros possíveis para o humano despistar e ser na sua possibilidade. Muitas dessas possibilidades não foram seguidas. Outras foram, para nos esquecermos delas. É no que encontramos no passado com futuro e, por isso, ainda é, que lemos os médicos, Platão, Aristóteles, Séneca, Kant, Husserl, Wittgenstein com vista à compreensão do que é um pathos, uma hermenêutica do sentido, tudo no tempo finito em que se pode ser.