Interações entre Africanos e Portugueses
Objetivos
Esta unidade curricular pretende analisar as modalidades da presença
portuguesa, entre os séculos XV e XVIII, em diferentes espaços da África
continental e insular na perspectiva da história das relações afroportuguesas,
tendo em conta as diferentes circunstâncias de relacionamento e os contextos
dos mundos africanos envolvidos. Nesse sentido, procura-se uma articulação
entre os modelos de presença e o papel das sociedades do continente nas
formas de interacção estabelecidas, inclusive na construção de novas
identidades, sem esquecer, quando pertinente, a participação de outros
europeus. Terão papel de destaque os fenómenos de mediação intercultural e
seus agentes, e considerados os trânsitos oceânicos envolvidos. Os alunos
deverão ser capazes de:
-construir um conhecimento crítico, confrontando as propostas historiográficas
e as fontes
- desenvolver uma perspectiva não luso-cêntrica das presenças portuguesas
- aprofundar uma análise comparada das diferentes experiências regionais
Caracterização geral
Código
722051368
Créditos
10.0
Professor responsável
Aurora Alexandrina Vieira Almada e Santos
Horas
Semanais - A disponibilizar brevemente
Totais - 280
Idioma de ensino
Português
Pré-requisitos
A disponibilizar brevemente
Bibliografia
Nova História da Expansão Portuguesa, dir. de Joel Serrão e A. H. de Oliveira
BETHENCOURT, Francisco e CHAUDHURI, Kirti, História da Expansão
Portuguesa, Lisboa, Círculo de Leitores, 1998, 5 volumes.
BIRMINGHAM, David, Breve História de Angola Moderna, Lisboa Guerra &
Paz, 2017
BROOKS, George E., Eurafricans in Western Africa. Commerce, Social Status,
Gender, and Religious Observance from the Sixteenth to the Eighteenth
Century, Athens, Ohio University Press, Oxford, James Currey, 2003.
COSTA, João P. Oliveira e; RODRIGUES, José Damião e OLIVEIRA, Pedro
Aires, História da Expansão e do Império Português, Lisboa, Esfera dos Livros,
2014.
THORNTON, John, África e os Africanos na Formação do Mundo Atlântico,
1400-1800, [s.l.], Campus, 2003.
NEWITT, Malyn, História de Moçambique, Mem Martins, Publicações Europa-
América, 1997.
WHEELER, Douglas e PELISSIER, René, História de Angola, Lisboa, Tinta-da-
China, 2009
Método de ensino
A leccionação desta unidade curricular
é assegurada em regime de e-learning assíncrono suportada pelo recurso à
plataforma Moodle. A unidade curricular será ministrada usando ebooks
elaborados especificamente para o efeito e podcasts. A leccionação assenta
numa aprendizagem colaborativa - estimulando, por exemplo, a participação
em fóruns inter pares. A avaliação é feita de forma contínua, através da
realização de trabalhos individuais elaborados ao longo da leccionação dos
diversos tópicos temáticos, da participação em fóruns assíncronos e de um
trabalho de investigação final cujo tema e plano de trabalho será previamente
discutido e acordado ao longo da leccionação. O trabalho será
obrigatoriamente discutido com o professor em regime presencial ou por meio
de videoconferência (plataforma Moodle ou qualquer outra ligação segura).
Método de avaliação
A disponibilizar brevemente
Conteúdo
1. Entre guerra e comércio: as diferentes faces das relações luso-marroquinas
e sua projeção no litoral sariano e subsariano. 2. As hegemonias africanas na
Guiné do Cabo Verde e a negociação da presença mercantil portuguesa e de
outros europeus. 3. A articulação entre os arquipélagos de Cabo Verde e do
golfo da Guiné e as costas fronteiras. 4. Sociedades coloniais, sociedades
crioulas: os diferentes percursos insulares. A Baixa Guiné: feitorias e pontes
transoceânicas. 5. As vicissitudes das relações luso-congolesas. 6. A África
Oriental, do Índico ao Atlântico: os mediadores afro-portugueses na bacia do
Zambeze e no litoral suaíli; tentativas de hegemonia lusa. 7. O império africano
(1820-182910). O sistema esclavagista na África portuguesa: a sua resiliência
e desarticulação formal. As respostas das sociedades africanas. 8. O império
africano (1910-c. 1974). Os projetos de colonização branca e os seus limites.
O colonialismo tardio e o “desenvolvimentismo” em tempo de guerra.