Ergonomia
Objetivos
No final do semestre, os estudantes devem ser capazes de:
- conceber contextos de trabalho adequados às capacidades e limitações físico-motoras
- fazer uma análise crítica às posturas; dimensionar o posto de trabalho baseado nas dimensões antropométricas dos utilizadores
- planear/adaptar atividades prevenindo a fadiga por actividade estática ou dinâmica
- estruturar ciclos de trabalho em movimentação manual de cargas, prevenindo lesões musculo-esqueléticas.
- comunicar com os técnicos de segurança das empresas
Caracterização geral
Código
10588
Créditos
3.0
Professor responsável
Ana Teresa Martins Videira Gabriel, Isabel Maria Nascimento Lopes Nunes
Horas
Semanais - 2
Totais - 32
Idioma de ensino
Português
Pré-requisitos
Não aplicável. Não há requisitos especiais.
Bibliografia
• Bush PM. Ergonomics–foundational principles,applications,and technologies. Taylor & Francis,2011
• Kroemer K. Fitting the Human. 7ªed. Taylor & Francis,2017
• Lehto MR, Buck JR. Introduction to human factors and ergonomics for engineers. Taylor & Francis,2008
• Marras WS. Occupational ergonomics: design and management of work systems,2003
• Oborne DJ. Ergonomics at work: human factors in design and development. 3ªed. John Wiley & Sons,1995
• Pheasant S. Bodyspace. 2ªed.Taylor & Francis,1999
• Salvendy G. Handbook of human factors and ergonomics. 2ª ed.John Wiley & Sons,1997
• Stack T et al. Occupational ergonomics – a practical approach. John Wiley & Sons, 2016
• Stanton NA et al. A guide to methodology in ergonomics: designing for human use. Taylor & Francis,1999
• Wilson JR & Corlett EN. Evaluation of human work: a practical ergonomics methodology. 2ª ed. Taylor & Francis,1995
Método de ensino
O método de ensino consta de aulas teórico-práticas. Em cada aula são apresentados os conteúdos fundamentais da disciplina, explicando-se os conceitos chave e as medologias de avaliação ergonómica. Adicionalmente, e para consolidar, demonstrar ou praticar os conteúdos teóricos, serão realizados exercícios, apresentados estudo de caso e exemplos práticos.
Método de avaliação
A nota final é obtida com a seguinte ponderação:
• 60% componente teórica (realização de um teste individual ou exame final). Nota média superior a 9,5 valores.
• 40% componente prática. Elaboração de um trabalho de grupo, dividido em 3 fases de avaliação. Cada fase tem ponderação diferente: 5% P1; 5% P2; 30%P3 (relatório e apresentação oral). Nota da componente prática (média ponderada das 3 fases de avaliação) igual ou superior a 9,5 valores.
Presença obrigatória em 2/3 das aulas do semestre.
Conteúdo
1. Introdução à Ergonomia. Definição, domínios e relação com a indústria.
2. Conceitos fundamentais de anatomia, fisiologia e biomecânica. Posição anatómica e planos de referência. Sistemas: musculoesquelético (articulações, músculos, face posterior do tronco e membros superiores e inferiores), cardiovascular e respiratório. O movimento do corpo humano.
3. A antropometria e a postura na concepção de postos de trabalho: introdução à antropometria; métodos de medição das dimensões do corpo humano; descrição estatística da variabilidade humana; tipos de posturas de trabalho; a gravidade das posturas (ângulos de referência). Consequências da inadequação antropométrica, para o operador e para a actividade. Guidelines para a concepção de postos de trabalho.
4. Análise Ergonómica do trabalho. Normas EN1005-4:2005 e A1:2008. Métodos / ferramentas de análise ergonómica do trabalho: RULA, REBA, OWAS e guidelines do NIOSH.
5. Sobrecarga física no trabalho: definição, base fisiológica e causas da fadiga muscular. Tipo de esforço muscular. Diferentes modos de fadiga em contexto ocupacional. Fadiga localizada em atividades estáticas e dinâmicas. Recuperação da fadiga e tempo mínimo de repouso. Métodos diretos e indiretos de avaliação da fadiga. Questionários para diagnóstico dos sintomas de fadiga: o mapa com regiões anatómicas, a escala para medição da intensidade da dor ou desconforto e os questionários CR10 e RPE de Borg.
6. Lesões músculo-esqueléticas associadas ao trabalho. Impacto na indústria. Factores de risco (individuais e no posto de trabalho). Lesões mais comuns (mãos, punho,ombro e coluna vertebral). Os sintomas correlacionados com lesões. Sintomas temporários e persistentes. Princípios de prevenção (OSHA 2255).
7. Tarefas repetitivas. Relação com as lesões musculo-esqueléticas. Factores de risco. Intervenções ergonómicas. Ferramentas e métodos de análise: Strain Index e OCRA.
8. Movimentação Manual de Cargas (MMC). Controlo postural em tarefas dinâmicas. Tipos de movimento manual de cargas: actividades de transportar, levantar, puxar e empurrar. A metodologia ISO 11228-1:2003 para avaliação do risco na MMC. Prevenção de lesões: modelos biomecânicos, pressão intra-abdominal, Revised NIOSH lifting equation. Planeamento de tarefas de MMC: os valores de referência preconizados por Snook e Ciriello; as recomendações do HSE (Health and Safety Executive).
9. Ferramentas portáteis e os riscos para fadiga e patologia profissional associados à sua utilização. O modelo do Cubo para avaliação do risco para fadiga e lesões profissionais associado à utilização de ferramentas portáteis. Princípios para selecção de ferramentas e para concepção de contextos de trabalho para utilização de ferramentas.