Biotermodinâmica
Objetivos
Objetivos de aprendizagem
• Desenvolver competências de resolução de problemas
o Aprender quando e como usar as equações para resolver problemas de termodinâmica
• Conceitos básicos de termodinâmica
o Leis da termodinâmica: zero, primeira, segunda, terceira
o Sistemas abertos e fechados, substâncias puras e misturas
o Calor específico, entalpia, entropia
o Equilíbrio e não equilíbrio
Potenciais Termodinâmicos
• Relação entre esses conceitos termodinâmicos e sistemas biológicos
Competências Transversais
• Desenvolvimento do Raciocínio Científico; Treino da técnica de análise e resolução de problemas; Ligação a conceitos e instrumentos de outras disciplinas com especial incidência em Matemática.
Caracterização geral
Código
12573
Créditos
6.0
Professor responsável
António Alberto Dias
Horas
Semanais - 5
Totais - 67
Idioma de ensino
Português
Pré-requisitos
É recomendada a aprovação prévia nas disciplinas de Análise Matemática II C e Biofísica.
Bibliografia
A Termodinâmica Aplicada, E.G. Azevedo, 4ª Ed., 2018, Escolar Editora.
B Modern thermodynamics: from heat engines to dissipative structures, D. Kondepudi, I. Prigogine, 2015 John Wiley & Sons, Ltd.
C Biothermodynamics: The Role of Thermodynamics in Biochemical Engineering, Edited by Urs von Stockar, 2013 EPFL Press.
D Non-Equilibrium Thermodynamics For Engineers, S.Kjelstrup, J. Gross e E. Johannessen, 2ª Ed., 2017, World Scientific Publishing Ltd.
Método de ensino
A unidade curricular de BioTermodinâmica está dividida nas seguintes componentes: Teórico (T); Teórico-Prático (TP) ; e numa componente prática (P). As aulas teórico, T, têm a duração de 2,5 h semanais (1 h + 1:30 h) e as aulas TP, têm a duração 1,5 h por semana. As aulas P, tem carga horária de duas horas de duas em duas semanas.
As aulas T servem para introduzir os estudantes no conteúdo estrutural da Termodinâmica como área fundamental. Nas aulas TP far-se-á a discussão e a resolução problemas de aplicação e dos conceitos expostos nas T. Nas aulas P, laboratoriais, são realizados trabalhos experimentais com o objectivo de acompanhar e verificar fenómenos e processos físicos descritos nas aulas teórico-práticas e desenvolver competências de experimentação e manuseamento de equipamentos.
Informações gerais sobre o funcionamento da disciplina tais como regras, datas importantes, notas das avaliações e outras informações complementares estão disponíveis na página da disciplina no clip. Documentação necessária à realização das aulas práticas deverá ser consultada no CLIP na pasta “Protocolos”. O programa, conteúdos programáticos das aulas e a bibliografia, estão disponíveis na página da disciplina no CLIP.
Método de avaliação
Artigo 1.º - Componente Teórica – T
1. No início do semestre é disponibilizado uma programação provisória das aulas teóricas e das datas dos testes.
2. A avaliação desta componente é efetuada através de prova de conhecimentos por testes ou exame. No âmbito da avaliação contínua serão efetuados 2 testes ao longo do semestre, cuja classificação é arredondada às décimas.
3. A classificação da componente T (CT) é a média aritmética, arredondada à unidade, das classificações obtidas nos testes ou a classificação do exame final.
4. O estudante que obtenha uma classificação CT igual ou superior a 10 valores, obtêm aprovação na componente teórica.
Artigo 2.º - Componente Teórico-Prática – TP
1. As aulas teórico-práticas são obrigatórias, com registo de presenças, para todo o estudante sem frequência.
2. Não é aceite justificação de ausências fortuitas. Cada estudante deve gerir a possibilidade de poder não comparecer a 1/3 das aulas para eventuais compromissos ou situações imponderáveis, incluindo situações pontuais de doença.
3. Estudante com frequência está dispensado das aulas TP.
4. Nestas aulas serão discutidos e resolvidos problemas sobre a matéria lecionada nas aulas teóricas.
5. A avaliação da componente teórico-prática (CTP) é a média aritmética, arredondada à unidade, das duas melhores classificações obtidas nos minitestes que serão ministrados aleatoriamente nas aulas teórico-práticas. Ausências aos minitestes corresponde a uma nota igual a zero.
Artigo 3.º - Componente Prática – P
1. As aulas práticas são obrigatórias, para todos os estudantes sem frequência.
2. As aulas práticas têm duração de 2 horas e funcionarão em semanas alternadas; exceto a primeira aula que funciona em simultâneo para ambos os turnos. Sempre que um elemento do grupo não compareça à aula, ser-lhe-á atribuído zero valores.
3. Na primeira aula prática são constituídos os grupos de laboratório (2 estudantes por grupo), é efetuada uma revisão sobre a análise de resultados; e é apresentado o planeamento das aulas.
4. A preparação de cada aula prática é classificada de 0 a 5 valores. A execução de cada trabalho de laboratório e respetivo minirelatório é classificada de 0 a 15 valores. A ausência à aula ou a não entrega de relatório é classificada com zero valores. A cada trabalho será atribuída uma nota MR, de 0 a 20 valores (nota de preparação e de minirelatório).
5. O estudante que obtenha uma nota média dos trabalhos práticos, CP, arredondada à unidade, superior ou igual a dez valores, obtém aprovação na componente prática.
Artigo 4.º - Frequência
1. O estudante que participe, em pelo menos, 2/3 das aulas teórico-práticas e obtenha aprovação na componente prática, CP ≥ 10, obtêm frequência.
2. A lista de estudantes com frequência em anos anteriores estará no CLIP em "Documentação de Apoio > Outros, até ao final da primeira semana de aulas.
Artigo 5.º - Classificação Final e Aprovação
1. A classificação final (CF) é o resultado da seguinte expressão aproximado à unidade:
o CF = CT×0,6 + CTP×0,1 + CP×0,3 (frequência no corrente ano letivo)
o CF = CT×0,7 + CP×0,3 (frequência em ano letivo anterior)
2. Todo o estudante com frequência e classificação final superior ou igual a dez valores, obtém aprovação nesta Unidade Curricular.
3. Se a classificação final for superior a 16 valores, o estudante é admitido a uma prova adicional de defesa de nota (ex.: oral).
4. A ausência à prova adicional traduz a aceitação por parte do estudante da nota final de 16 valores.
Artigo 6.º - Melhoria de Nota
1. O estudante que pretenda efetuar melhoria de nota deve cumprir, para esse efeito, as formalidades legais de inscrição.
2. O estudante que obtenha classificação final, por melhoria, superior a 16 valores fica sujeito às condições descritas nos pontos 3 e 4 do Artigo 5.º.
Artigo 7.º - Conduta em Aula
1. Para que todos beneficiem da experiência de aprendizagem é exigido que cada estudante respeite nas aulas o seguinte:
a. Pontualidade: Deverá estar presente na sala à hora de começo da aula. O docente poderá impedir a entrada para atrasos superiores a 5 minutos. A aula não é um café, onde se entra ou sai a cada momento.
b. A menos que lhe seja solicitado pelo professor, não deve usar telemóvel durante a aula. Não são autorizadas fotografias, com qualquer dispositivo.
Artigo 8.º - Momento de Avaliação
1. Cada prova de avaliação do tipo teste incidirá, essencialmente, sobre a matéria lecionada até à última aula Teórica, que ainda não tenha sido objeto de avaliação.
2. Apesar da avaliação nos testes não ser cumulativa, e devido à natureza dos assuntos abordados nesta unidade curricular (UC), não é excluído que um elemento de avaliação se socorra de conhecimentos respeitantes à matéria avaliada anteriormente.
3. O horário e salas dos testes ou exame será publicado, em aviso, no CLIP, no dia da prova.
4. A inscrição para os testes é obrigatória e feita exclusivamente na plataforma CLIP. O período de inscrição começa duas semanas antes da prova e termina uma semana antes. Se não comparecer na sala de prova dentro dos primeiros quinze minutos, o estudante inscrito passa à situação de não inscrito.
5.Os estudantes não inscritos, só poderão realizar a prova, se quinze minutos depois do início da prova, existirem lugares na sala e cadernos de prova para todos os interessados.
6. A prova termina ao mesmo tempo para os estudantes (inscritos e não inscritos).
7. Cada estudante durante a prova de avaliação não poderá ter consigo telemóvel, relógio, ou qualquer dispositivo eletrónico de comunicação. O não cumprimento deste ponto será sempre tratado como fraude.
8. Ao entrar na sala o estudantes deve ter na mão, os seguinte elementos que pode levar para o posto de realização de prova: cartão de identificação, máquina de calcular científica (não programável e não gráfica); material de escrita (só são corrigidas questões resolvidas a caneta, sem vestígios de carvão). Todos os restantes pertences do estudante ficarão no espaço da sala que o docente vigilante indicar.
9. Durante a realização da prova não é permitido a consulta de quaisquer elementos pessoais ou de outrem. O não cumprimento deste ponto será sempre tratado como fraude.
10. Para a realização da prova de avaliação não é necessária folha de teste. A cada estudante serão fornecidos caderno de prova, que não pode ser desagrafado, e formulário.
11. Situações de fraude, em qualquer momento de avaliação, serão tratadas como indicado no regulamento de avaliação de conhecimentos desta Faculdade.
Artigo 9.º - Outros
1. Quando contactar por mensagem eletrónica, qualquer docente, deve indicar no “Assunto” a seguinte informação: “BioT - Nome – N.º de estudante – Assunto”.
2. Questões cuja resposta conste nos Método de Avaliação ou na página desta UC no CLIP, não são respondidas.
Conteúdo
1. Conceitos de Termodinâmica
Sistema, fronteira, estados e suas propriedades termodinâmicas. Processos e equação de estado. Propriedades termoelásticas. Estado de equilíbrio. Equação de Estado. Diagrama de equilíbrio de fases e componentes termodinâmicas. Lei zero da Termodinâmica. Introdução à 1.ª Lei; 2.ª Lei e 3.ª Lei. Potenciais termodinâmicos. Introdução à termodinâmica de organismos vivos (bio); sistemas abertos e sistemas fora de equilíbrio.
2. Primeira Lei
Formas de energia e energia interna. Calor, calorimetria e calores específicos de gases. Trabalho de configuração. Outras formas de trabalho: trabalho magnético; trabalho elétrico; trabalho de superfície. Primeira Lei. Entalpia e calor Latente. Influência da pressão e temperatura na entalpia. Lei de Kirchhoff. Variação de entalpia de uma reação. Equações de energia interna. Equação de Poisson e relação de Mayer. Processo adiabático versus isotérmico. Aplicação em sistema bio.
3. Processos de Transferência de Calor
Condução – Lei de Fourier. Convecção – Lei de Arrefecimento de Newton. Radiação – Lei de Stefan-Boltzmann. Metabolismo e termorregulação de sistemas bio.
4. Irreversibilidade e Segunda Lei
Processo espontâneo. Medida da irreversibilidade – Entropia. Processo reversível. Cálculo de entropia. Enunciados clássicos de entropia. Propriedades das máquinas térmicas: máquina de Carnot. Teorema de Carnot. Escala termodinâmica de temperatura. Diagrama Ts. Desigualdade de Clausius. Trabalho máximo. Relação fundamental da termodinâmica. Equações Tds e outras equações de energia. Influência da pressão e temperatura na entropia Trabalho máximo. Entropia e critério de equilíbrio. Interpretação estatística de entropia. Microestados e configurações de entropia. Distribuição de Boltzmann. Aplicação em sistemas bio.
5. Dispositivos de Potência e Refrigeração
Máquinas de Carnot e de Sterling. Ciclo de Rankine. Bomba de Calor e Máquina de Refrigeração
6. Potenciais Termodinâmicos
Energia interna, entalpia, energia de Helmholtz e energia de Gibbs num processo reversível não cíclico. Diagramas hT e gT. Aplicação em sistema fechado com alteração de composição. Relações de Maxwell. Equação de Gibbs-Duhem. Equação de Gibbs-Helmholtz.
7. Processos Termodinâmicos e Terceira Lei
Lei de Dulong-Petit. Modelo de Einstein. Lei de Debye. Efeito da pressão na entalpia. Energia de Gibbs e entropia do processo. Terceira Lei.
8. Termodinâmica de Equilíbrio – Sistema simples e composto
Análise de fase gasosa, líquida, sólida e transição de fase; representação gráfica. Transição de fase de 1.ª ordem e outras. Regra de equilíbrio de fases de Gibbs. Equação de Clausius-Clapeyron. Termodinâmica de sistema simples e misturas. Energia de Gibbs e capacidade térmica a pressão constante. Propriedades de gás ideal simples e misturas. Lei de Dalton. Gases não ideais-equações de estado. Fluido de van der Walls. Formação de mistura líquida: Lei de Raoult e Lei de Henry. Variação nas propriedades termodinâmicas na mistura líquida. Método da interseção. Mistura regular.
9. Teoria Cinética de Gases e Difusão
Equação de Bernoulli – Pressão. Energia cinética média – Temperatura. Teorema da Equipartição de Energia. Distribuição de velocidades de Maxwell-Boltzmann. Livre percurso médio. Fluido. Princípios de Arquimedes e de Pascal. Caudal estacionário. Equação de continuidade. Equação de Bernoulli de fluxo. Medição de fluxo. Fenómenos de difusão e osmose. Aplicação a sistemas bio.
10. Biotermodinâmica - Termodinâmica de Não Equilíbrio
Equações de fluxo. Acoplamento fluxo-força em sistema fora do equilíbrio. Relações de Onsager. Trabalho perdido e produção de entropia. Equilíbrio local em sistemas simples. Equações de balanço. Fluxo de calor total e fluxo de calor mensurável. Teorema de Prigogine. Modelo para descrição de sistema bio e sua parametrização.